domingo, 6 de outubro de 2013

A Geografia do Medo

A última oportunidade do homem (EC)
Copyright Soaroir
Agosto 2/12

Leiam também
"Árcades Medos"  http://serva-da-gleba.blogspot.com.br/2012/02/arcades-medos.html

http://www.blogcdn.com/www.joystiq.com/media/2009/10/stalker5steam580-1.jpg



Pensava Bertrand ¹ em outro século que nosso mundo vivia demasiado sob a tirania do medo e que insistir em mostrar-lhe os perigos que o ameaçam só poderia conduzi-lo à apatia da desesperança. Afirmava ainda que ao contrário, era preciso criar motivos racionais de esperança, razões positivas de viver; mais sentimentos afirmativos do que de negativos para que os afirmativos desagregassem os negativos e perdessem sua razão de ser. Caso contrário nunca sairiamos do desespero.

A gente vai se arranjando, mas em nossos dias seria irreverente aplicarmos tal filosofia. Embora, aparentemente, seja esta a que nos entucham os governantes através da mídia.

Basta olharmos, mesmo que de relance, “O Mapa da Violência 2012” ². Este ao que chamo de doméstico, já que nossos medos hoje vão muito além. Estamos bem próximos do desespero quando muito nos falam e nada se sabe das consequências dos agrotóxicos; da farmacologia;dos efeitos colaterais;do MERCOSUL, TLC, ALALC, ALADI ...; das indústrias nucleares e das represas dos rios, por exemplo.

Assim como o medo, também a esperança é inerente à preservação da espécie humana, por isso é que vamos em frente, driblando, arrazoando, mas só um irresponsável ou louco em nossos dias não beiraria a margem da apatia da desesperança.

Particularmente me apavora a falta de energia; estantes vazias; mãos sem pena e a E-poesia!  No mais, é entregar para Deus, o que fazem mesmo os agnósticos, pois só Ele, que embora tenha feito a Terra redonda, determinou um canto para cada um de nós e é nosso dever, independente de credo, nos alicerçarmos na Esperança.

 

¹ Bertrand Russell, Inglaterra
1872 // 1970 Filósofo, Matemático, Crítico social, Escritor

² http://www.mapadaviolencia.org.br/mapa2012.php

(sem revisão)

Este texto faz parte do Exercício Criativo - Geografia do Medo
Saiba mais. Conheça os outros textos:
http://encantodasletras.50webs.com/geografiadomedo.htm

Árcades Medos

Soaroir
 
 
Nesta difícil tarefa de ir do medo ao texto, ressabiado exumo os medos de outras cercanias, onde desde cedo fui assíduo freguês. Saudosos aqueles medos quando a pesca de piaba era feita com juquiá, diferentemente dos assombros que aqui vimos gritar. Os medos que lá consumíamos nos ajudavam a criar, arte, fantasias e sonhos que apenas restaram para contar. Aqueles bem-fazentes temores que nos deixavam mais contentes a cada despertar, não surgiam de assalto nem de bandos, tampouco de vizinhos que eram como se parentes.

Do boitatá e do saci foram os primeiros medos que consumi, depois o da mãe d’água, o da mula sem cabeça e o do lobisomem. Conforme ia crescendo, o medo outro rumo ia tomando até chegar nos fantasmas dos vivos conhecidos que morriam de velhice, que escondidos no escuro debaixo de nossas camas, faziam a gente correr pra nosso refúgio protetor, sob um amplo cobertor.

Tirando o bicho papão escondido no velho apagão, para demais temores sempre havia solução. Para o medo da inveja, mal olhado e quebranto a gente sempre se valia, além de muita oração, d´um banho de alecrim silvestre com folhas de guararema e ai, era o medo  quem se amedrontava.

Até mesmo os papa-fumos, que sobrevoavam as vertentes, me eram medonhos, quando, sob um sol escaldante que ainda não se temia, a gente ia buscar água para beber e dar de beber às cabras.

Da morte medo não havia, pois a coisa que se matava era a fome com taioba e mostarda brotadas do excremento que dos passarinhos caia. Outras coisas se compravam, não se roubava e vendia; o pecado da cobiça  e escassezes eram medos que ninguém lá conhecia.

Medos que mães sentiam eram da infância doençaria. Sarampo, febre alta e coqueluche que, para a proteção, recorriam aos chás das folhas de laranja da china e da cidreira, ao caldo de galinha e às benzedeiras; era com essa milagraria que as mães nos defendiam.  Dos venenos que mais elas temiam eram o da picada de cobra e o dos frutos que os filhos comiam, como arrebenta-cavalo e do mato outras porcarias.

Com os perigos bem vigiados e com o futuro por Deus garantido, o pior de todos os medos era o da vara de marmelo, quando boa coça se levava se em confusão a gente se metia. Meu mundaréu de medo de outrora não dou, nem vendo ou troco por este pavor de agora; por este ódio de gente que dispara a besteira da ganância e da vingança brutal, que nos vitima e nos responsabiliza por sua deformação ancestral, suas deficiências mental, ética e social.

Publicado com imagem em:
Pote de Poesias
e Ecos da Poesia

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Conto a ser contado por Soaroir


Contos de Soaroir

A Aventura de Sauria


 

Não importa quando aconteceu, mas foi assim que minha avó me contou.

Sauria por uma memória genética, talvez, oriunda de suas várias reencarnações, tinha um comportamento que diferia de todos os de sua espécie.

Naquele reino, ao primeiro raiar da luz  tudo era deixado para trás e cada um dos filhotes, geralmente gêmeos, caia na estrada sem olhar para trás.  No entanto, isso não acontecia com Sauria.

A princípio dona Briba não deu muita importância. Seu Adolfus por sua vez, mesmo tomado por/de certa estranheza, mantinha sua rotina de caça e (sua) moradia daquele casebre a sopapo.

Sauria não imaginava, mas aquele seria o dia mais triste de sua vida.

Como sempre fazia, ao amanhecer o sr Adolfus se encaminhou para seu repouso e deu de cara com a filha ainda sendo alimentada pela mãe.

-Mulher! Já ouço os cochichos de que não educamos nossa família, que estamos denegrindo nosso reino e coisas piores.

Que se passa com Sauria que não deixa o ninho?

Dona Briba pensou, pensou e chamou a filha às conversas.

Depois de muito explicar o mundo e as necessidades das espécies, disse:

- Tenho que concordar com seu pai – você precisa ganhar o mundo. Ser independente e formar a sua própria família.

Até então em silêncio, com um certo medo na voz Sauria respondeu.

- Sabe mãe, do que eu preciso vocês não podem me ensinar, por isso passo todo o tempo pensando como chegar ao topo sem magoar vocês...

- Como assim! Disse a mãe com espanto enquanto erguia a cabeça e olhava a filha de soslaio.

Em uma espécie de desabafo Sauria então entre soluços relatou o seu problema.

- Mãe, eu não nasci com as suas habilidades; não consigo caçar tampouco meu estomago consegue digerir os alimentos como vocês.

Mais assustada ainda dona Briba se dispôs a ajudar a filha.

Primeiro lançou mão de um fio de seda da teia da aranha e com muito sacrifício pediu ajuda a um transeunte que avoava entre um caibro e outro.

- Por favor, poderia amarrar este fio lá naquele topo colorido?

- Por que não faz você mesma?

- A haste é muito frágil e se curvará com o meu peso

- E eu o que ganho com isso?

- Sua vida, respondeu dona Briba.

Finalmente toda feliz, Sauria sugava o néctar da flor mais cheirosa daquele jardim. Saciada gritou:

- Mãe, me  tira daqui!

Mas dona Briba, já longe respondeu.

- Quero ser uma boa mãe lagartixa e para isso preciso fazer com que você cada dia precise menos de mim.

F I M

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Semana do Escritor

O Lápis
Criação conjunta: Denise Severgnini / Marcelo Bancalero / Soaroir de Campos / Diana Gonçalves 2008

O LÁPIS

Numa brincadeira de Amigo Secreto na escola, um menino ficou muito feliz ao retirar o nome de sua professora como amiga oculta.
Chegou a casa, contou a sua mãe que desejava comprar um lindo presente para sua mestra.
Falou a mãe, de sua expectativa se saber de seu amigo, de qual presente iria ganhar.
No dia da revelação, estava ansioso, pois comprara para a amiga querida, uma linda agenda com imagens de pintores famosos (ele sabia que sua professora amava Pintura).
Nunca chegava a sua vez. O que seu amigo oculto dar-lhe-ia de presente? Muita expectativa havia no olhar do menino.
Finalmente, ele poderia revelar sua amiga... Foi um momento mágico! Ele ficou feliz ao ver o rosto sorridente da mestra com o presente oferecido por ele.
A coleguinha que havia tirado o nome do menino, era a menina mais bonita e a que tinha mais posses na escola. Quando percebeu isto, o menino ficou entusiasmado. Ela poderia dar-lhe um presente muito bom (ele era um menino pobre que já havia gastado suas economias no presente de professora).
A coleguinha entregou-lhe um pequeno pacote. Ao abrir, o garoto percebeu que era um lápis. Ficou decepcionado, mas nada disse. Agradeceu simplesmente.
Durante a festinha de despedida do ano, a professora notou que o menino estava quieto. Aproximou-se dele:
_ Que houve Douglas?Por que estás tão triste?
_ Professora Denise, eu dei para ti uma agenda linda com amor e carinho e recebi apenas um lápis da Laura...
_ Isto não deve ser motivo para tua tristeza, meu querido!Com um lápis podes fazer lindos desenhos, escrever poemas maravilhosos, fazer tuas lições de casa. Não te esqueça, nada acontece por acaso, este lápis pode ser o início de algo maravilhoso para ti.
_ Eu entendi, professora! Disse o menino abraçando a mestra.
No mesmo dia antes de dormir, estava na cama segurando aquele lápis e lembrou-se do que a professora disse. Levantou-se pegou um caderno, e ficou por uns vinte minutos ali, parado. Nada vinha à sua cabeça. Lembrou-se de Laura. Embora tivesse ficado decepcionado com o lápis, não havia ficado triste com ela. Afinal, ele sempre a cobiçara secretamente. Mas ela era muito diferente dele, economicamente falando, não ia dar bola para um pobretão como ele.
Lembrou-se novamente das palavras da professora... “Um poema...” É isso pensou. Pegou o caderno e o lápis e começou a escrever. Nem ele sabe como aconteceu, de onde vieram aquelas palavras, mas depois de alguns minutos tinha escrito um lindo poema. Antes de dormir deu mais uma lida, descrente que fora ele quem havia escrito.
De manhã ao chegar à escola foi direto procurar a professora. Queria mostrar a ela o poema... Na sua ansiedade nem  percebeu que não era o momento ideal para mostrar sua criação; D. Denise estava com o diretor recebendo uma autoridade importante.
Ela não soube como agir, ali estavam a delegada de Educação e um aluno ansioso...
- "Meu rapazinho", disse a professora que  não podia deixar que sua autoridade fosse desconsidera, "se não der para esperar, peça licença antes de interromper. - É urgente?"
A delegada de Educação, pessoa experiente, percebeu o desconforto da situação e  interveio em favor do aluno.
- Qual é o seu nome?
- "Douglas", respondeu o aluno 
-"Pode falar conosco, estamos aqui para ajudá-lo."

Ele narrou à delegada o ocorrido, desde a expectativa da brincadeira do amigo secreto, o sentimento que nutria pela garota,  o desapontamento ao ganhar apenas um lápis da garota mais rica da escola, a conversa com a professora Denise, a inspiração para escrever um poema, a surpresa e alegria por ter escrito versos tão bonitos.

Já impaciente a delegada de ensino respondeu ao Douglas que  embora o presentinho da garota, à primeira vista, pudesse parecer insignificante, ele colaborou para a descoberta de um talento que o aluno nem imaginava que possuía. Seu dom para escrever o acompanharia por toda a vida, em todas as situações que ele ainda iria viver, nas horas alegres e tristes, nas vitórias e nos fracassos (aproveitou para dizer que devemos aprender com nossas derrotas). Disse-lhe que muitos escritores famosos começaram como ele, que obtiveram o reconhecimento porque persistiram no ofício de escrever. Por fim, lembrou-lhe que escrever traz muita satisfação, preenche de modo criativo o tempo, além de  ajudar a ver com mais clareza nossas idéias.

Sentindo-se importante, valorizado e muito edificado por aquelas palavras, sobre as quais pensaria muito depois, principalmente a última frase da delegada, "quem sabe ler e escrever, jamais estará sozinho. Cultive o seu dom" saiu  Douglas correndo logo que ouve o sinal de fim da aula.
- Ah, obrigado professoras, ia me esquecendo de agradecer.

A caminho de casa pensava Douglas:
"Como competir minha poesia com os brinquedos dos analfabetos colegas de minha rua?!"
Não perdeu muito tempo pensando. Passou no armarinho do seu Xico e levou lápis para todos eles.

Criação conjunta: Denise Severgnini / Marcelo Bancalero / Soaroir / Diana Gonçalves 2008

                

segunda-feira, 25 de março de 2013

O Inesperado

Microconto
(Pássaro de Mau Agouro)
Por Soaroir Maria de Campos
25/3/13


Resultado de imagem para horizonte



Passava da hora, dizia o marco sobre a lareira;

diante da insistente bulha – com muita negaça –

indagou, e veio a resposta:

- Acauã, Acauã, Acauã!

Após este registro partiram.

sábado, 16 de março de 2013

Mangangá – Diálogo


Bumblebee
Copyright Soaroir 16/3/13



Who art thou…

Bumblebee?

- Bee, bee, bee!

What from me?

- Gee…whiz!

Go, go – see?

You’re free!

- Great would be

A cup of tea?

...Won’t you bite me?


Quem és tu ...

Mangangá?

- Abelha, abelha, abelha!

O quê de mim?

- Poxa ... arre!

Vá, vá* - vês?

Sois* livre!

- Ótimo seria...

Uma xícara de chá?

...Não irás me picar?



* ( licença poética)

sexta-feira, 8 de março de 2013

A Palavra Enfoco


Dois Contos Curtos

Poesia Concreta
Soaroir
31/5/09



A Palavra Enfoco

I

duas rolinhas (mariscavam) na sala de jantar

- ui!

voaram

apavoradas

plaft, trunc, trap

pelas paredes.

II

A desmama
Soaroir 31/5/09


Bezerro (dourado)

Berro pelas tetas cheias

Intumescidas, vazantes -

Não pelo leite derramado.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

A Capa e o Guarda-Chuva

Um Conto Policial


Quando a perícia chegou, nada mais havia no local além de uma capa e um guarda-chuva minuciosamente arrumados em um lado do quarto.

Inevitavelmente,


continua...

sábado, 26 de janeiro de 2013

Esboço de um Conto Conjunto

Texto Final:


O LÁPIS

Numa brincadeira de Amigo Secreto na escola, um menino ficou muito feliz ao retirar o nome de sua professora como amiga oculta.
Chegou a casa, contou a sua mãe que desejava comprar um lindo presente para sua mestra.
Falou a mãe, de sua expectativa se saber de seu amigo, de qual presente iria ganhar.
No dia da revelação, estava ansioso, pois comprara para a amiga querida, uma linda agenda com imagens de pintores famosos (ele sabia que sua professora amava Pintura).
Nunca chegava a sua vez. O que seu amigo oculto dar-lhe-ia de presente? Muita expectativa havia no olhar do menino.
Finalmente, ele poderia revelar sua amiga... Foi um momento mágico! Ele ficou feliz ao ver o rosto sorridente da mestra com o presente oferecido por ele.
A coleguinha que havia tirado o nome do menino, era a menina mais bonita e a que tinha mais posses na escola. Quando percebeu isto, o menino ficou entusiasmado. Ela poderia dar-lhe um presente muito bom (ele era um menino pobre que já havia gastado suas economias no presente de professora).
A coleguinha entregou-lhe um pequeno pacote. Ao abrir, o garoto percebeu que era um lápis. Ficou decepcionado, mas nada disse. Agradeceu simplesmente.
Durante a festinha de despedida do ano, a professora notou que o menino estava quieto. Aproximou-se dele:
_ Que houve Douglas?Por que estás tão triste?
_ Professora Denise, eu dei para ti uma agenda linda com amor e carinho e recebi apenas um lápis da Laura...
_ Isto não deve ser motivo para tua tristeza, meu querido!Com um lápis podes fazer lindos desenhos, escrever poemas maravilhosos, fazer tuas lições de casa. Não te esqueça, nada acontece por acaso, este lápis pode ser o início de algo maravilhoso para ti.
_ Eu entendi, professora! Disse o menino abraçando a mestra.
No mesmo dia antes de dormir, estava na cama segurando aquele lápis e lembrou-se do que a professora disse. Levantou-se pegou um caderno, e ficou por uns vinte minutos ali, parado. Nada vinha à sua cabeça. Lembrou-se de Laura. Embora tivesse ficado decepcionado com o lápis, não havia ficado triste com ela. Afinal, ele sempre a cobiçara secretamente. Mas ela era muito diferente dele, economicamente falando, não ia dar bola para um pobretão como ele.
Lembrou-se novamente das palavras da professora... “Um poema...” É isso pensou. Pegou o caderno e o lápis e começou a escrever. Nem ele sabe como aconteceu, de onde vieram aquelas palavras, mas depois de alguns minutos tinha escrito um lindo poema. Antes de dormir deu mais uma lida, descrente que fora ele quem havia escrito.
De manhã ao chegar à escola foi direto procurar a professora. Queria mostrar a ela o poema... Na sua ansiedade nem  percebeu que não era o momento ideal para mostrar sua criação; D. Denise estava com o diretor recebendo uma autoridade importante.
Ela não soube como agir, ali estavam a delegada de Educação e um aluno ansioso...
- "Meu rapazinho", disse a professora que  não podia deixar que sua autoridade fosse desconsidera, "se não der para esperar, peça licença antes de interromper. - É urgente?"
A delegada de Educação, pessoa experiente, percebeu o desconforto da situação e  interveio em favor do aluno.
- Qual é o seu nome?
- "Douglas", respondeu o aluno 
-"Pode falar conosco, estamos aqui para ajudá-lo."

Ele narrou à delegada o ocorrido, desde a expectativa da brincadeira do amigo secreto, o sentimento que nutria pela garota,  o desapontamento ao ganhar apenas um lápis da garota mais rica da escola, a conversa com a professora Denise, a inspiração para escrever um poema, a surpresa e alegria por ter escrito versos tão bonitos.

Já impaciente a delegada de ensino respondeu ao Douglas que  embora o presentinho da garota, à primeira vista, pudesse parecer insignificante, ele colaborou para a descoberta de um talento que o aluno nem imaginava que possuía. Seu dom para escrever o acompanharia por toda a vida, em todas as situações que ele ainda iria viver, nas horas alegres e tristes, nas vitórias e nos fracassos (aproveitou para dizer que devemos aprender com nossas derrotas). Disse-lhe que muitos escritores famosos começaram como ele, que obtiveram o reconhecimento porque persistiram no ofício de escrever. Por fim, lembrou-lhe que escrever traz muita satisfação, preenche de modo criativo o tempo, além de  ajudar a ver com mais clareza nossas idéias.

Sentindo-se importante, valorizado e muito edificado por aquelas palavras, sobre as quais pensaria muito depois, principalmente a última frase da delegada, "quem sabe ler e escrever, jamais estará sozinho. Cultive o seu dom" saiu  Douglas correndo logo que ouve o sinal de fim da aula.
- Ah, obrigado professoras, ia me esquecendo de agradecer.

A caminho de casa pensava Douglas:
"Como competir minha poesia com os brinquedos dos analfabetos colegas de minha rua?!"
Não perdeu muito tempo pensando. Passou no armarinho do seu Xico e levou lápis para todos eles.

Criação: Denise Severgnini / Marcelo Bancalero / Soaroir / Diana Gonçalves

17/01/2008
                            
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O LÁPIS

Numa brincadeira de Amigo Secreto na escola, um menino ficou muito feliz ao retirar o nome de sua professora como amiga oculta.
Chegou a casa, contou a sua mãe que desejava comprar um lindo presente para sua mestra.
Falou a mãe, de sua expectativa se saber de seu amigo, de qual presente iria ganhar.
No dia da revelação, estava ansioso, pois comprara para a amiga querida, uma linda agenda com imagens de pintores famosos (ele sabia que sua professora amava Pintura).
Nunca chegava a sua vez. O que seu amigo oculto dar-lhe-ia de presente? Muita expectativa havia no olhar do menino.
Finalmente, ele poderia revelar sua amiga... Foi um momento mágico! Ele ficou feliz ao ver o rosto sorridente da mestra com o presente oferecido por ele.
A coleguinha que havia tirado o nome do menino, era a menina mais bonita e a que tinha mais posses na escola. Quando percebeu isto, o menino ficou entusiasmado. Ela poderia dar-lhe um presente muito bom (ele era um menino pobre que já havia gastado suas economias no presente de professora).
A coleguinha entregou-lhe um pequeno pacote. Ao abrir, o garoto percebeu que era um lápis. Ficou decepcionado, mas nada disse. Agradeceu simplesmente.
Durante a festinha de despedida do ano, a professora notou que o menino estava quieto. Aproximou-se dele:
_ Que houve Douglas?Por que estás tão triste?
_ Professora Denise, eu dei para ti uma agenda linda com amor e carinho e recebi apenas um lápis da Laura...
_ Isto não deve ser motivo para tua tristeza, meu querido!Com um lápis podes fazer lindos desenhos, escrever poemas maravilhosos, fazer tuas lições de casa. Não te esqueça, nada acontece por acaso, este lápis pode ser o início de algo maravilhoso para ti.
_ Eu entendi, professora! Disse o menino abraçando a mestra.
No mesmo dia antes de dormir, estava na cama segurando aquele lápis e lembrou-se do que a professora disse. Levantou-se pegou um caderno, e ficou por uns vinte minutos ali, parado. Nada vinha à sua cabeça. Lembrou-se de Laura. Embora tivesse ficado decepcionado com o lápis, não havia ficado triste com ela. Afinal, ele sempre a cobiçara secretamente. Mas ela era muito diferente dele, economicamente falando, não ia dar bola para um pobretão como ele.
Lembrou-se novamente das palavras da professora... “Um poema...” É isso pensou. Pegou o caderno e o lápis e começou a escrever. Nem ele sabe como aconteceu, de onde vieram aquelas palavras, mas depois de alguns minutos tinha escrito um lindo poema. Antes de dormir deu mais uma lida, descrente que fora ele quem havia escrito.
De manhã ao chegar à escola foi direto procurar a professora. Queria mostrar a ela o poema... Na sua ansiedade nem  percebeu que não era o momento ideal para mostrar sua criação; D. Denise estava com o diretor recebendo uma autoridade importante.
Ela não soube como agir, ali estavam a delegada de Educação e um aluno ansioso...

O impasse foi resolvido pela própria delegada de Educação, uma pessoa que antes de exercer o atual cargo, esteve muitos anos dentro de uma sala de aula e conhecia bem como funcionam as escolas. Ela entendeu o embaraço da professora  Denise e a necessidade do aluno, sabia que uma palavra às vezes é decisiva para influenciar toda uma vida, e ali estava aquele aluno, necessitado de alguém que lhe desse atenção, que dialogasse com ele. Então dirigiu-se a ele:

- Pois não, garoto, como é seu nome?
Ele respondeu que seu nome era Douglas.

- Douglas – disse a delegada – você quer conversar? Pode falar conosco. Nós estamos aqui para ouvir e ajudá-lo.

Ele narrou à delegada o ocorrido, desde a expectativa da brincadeira do amigo secreto, o sentimento que nutria pela garota,  o desapontamento ao ganhar apenas um lápis da garota mais rica da escola, a conversa com a professora Denise, a inspiração para escrever um poema, a surpresa e alegria por ter escrito versos tão bonitos.

A delegada conversou longamente com Douglas.  Disse-lhe que embora o presentinho da garota, à primeira vista, pudesse parecer insignificante, ele colaborou para a descoberta de um talento que o aluno nem imaginava que possuía. Seu dom para escrever o acompanharia por toda a vida, em todas as situações que ele ainda iria viver, nas horas alegres e tristes, nas vitórias e nos fracassos (aproveitou para dizer que devemos aprender com nossas derrotas). Disse-lhe que muitos escritores famosos começaram como ele, que obtiveram o reconhecimento porque persistiram no ofício de escrever. Por fim, lembrou-lhe que escrever traz muita satisfação, preenche de modo criativo o tempo, além de  ajudar a ver com mais clareza nossas idéias.

Douglas sentiu-se valorizado e muito edificado por aquelas palavras, sobre as quais pensaria muito depois, principalmente a última frase que a delegada disse:

- Quem sabe ler e escrever, jamais estará sozinho. Cultive o seu dom.



Criação: Denise Severgnini / Marcelo Bancalero / Soaroir / Diana Gonçalves
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Fim - este foi o meu final. Se surgirem outras idéias, a "obra é aberta". Bjos. Soaroir


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Ela não soube como agir, ali estavam a delegada de Educação e um aluno ansioso...
- "meu rapazinho", disse a professora que  não podia deixar que sua autoridade fosse desconsidera, "se não der para esperar, peça licença antes de interromper. - É urgente?"

A delegada de Educação, pessoa experiente, percebeu o desconforto da situação e  interveio em favor do aluno.
- Qual é o seu nome?
- "Douglas", respondeu o aluno 
-"Pode falar conosco, estamos aqui para ajudá-lo."

Ele narrou à delegada o ocorrido, desde a expectativa da brincadeira do amigo secreto, o sentimento que nutria pela garota,  o desapontamento ao ganhar apenas um lápis da garota mais rica da escola, a conversa com a professora Denise, a inspiração para escrever um poema, a surpresa e alegria por ter escrito versos tão bonitos.

Já impaciente a delegada de ensino respondeu ao Douglas que  embora o presentinho da garota, à primeira vista, pudesse parecer insignificante, ele colaborou para a descoberta de um talento que o aluno nem imaginava que possuía. Seu dom para escrever o acompanharia por toda a vida, em todas as situações que ele ainda iria viver, nas horas alegres e tristes, nas vitórias e nos fracassos (aproveitou para dizer que devemos aprender com nossas derrotas). Disse-lhe que muitos escritores famosos começaram como ele, que obtiveram o reconhecimento porque persistiram no ofício de escrever. Por fim, lembrou-lhe que escrever traz muita satisfação, preenche de modo criativo o tempo, além de  ajudar a ver com mais clareza nossas idéias.

Sentindo-se importante, valorizado e muito edificado por aquelas palavras, sobre as quais pensaria muito depois, principalmente a última frase da delegada, "quem sabe ler e escrever, jamais estará sozinho. Cultive o seu dom" saiu  Douglas correndo logo que ouve o sinal de fim da aula.
- Ah, obrigado professoras, ia me esquecendo de agradecer.

A caminho de casa pensava Douglas:
"Como competir minha poesia com os brinquedos dos analfabetos colegas de minha rua?!"
Não perdeu muito tempo pensando. Passou no armarinho do seu Xico e levou lápis para todos eles.
F I M



Criação: Denise Severgnini / Marcelo Bancalero / Soaroir / Diana Gonçalves[/size]
color]

Fiz uma modificaçãozinha (direto na tela) pf profs de plantão


Diana - V c vc concorda c a junção dos textos. 


O LÁPIS

Numa brincadeira de Amigo Secreto na escola, um menino ficou muito feliz ao retirar o nome de sua professora como amiga oculta.
Chegou a casa, contou a sua mãe que desejava comprar um lindo presente para sua mestra.
Falou a mãe, de sua expectativa se saber de seu amigo, de qual presente iria ganhar.
No dia da revelação, estava ansioso, pois comprara para a amiga querida, uma linda agenda com imagens de pintores famosos (ele sabia que sua professora amava Pintura).
Nunca chegava a sua vez. O que seu amigo oculto dar-lhe-ia de presente? Muita expectativa havia no olhar do menino.
Finalmente, ele poderia revelar sua amiga... Foi um momento mágico! Ele ficou feliz ao ver o rosto sorridente da mestra com o presente oferecido por ele.
A coleguinha que havia tirado o nome do menino, era a menina mais bonita e a que tinha mais posses na escola. Quando percebeu isto, o menino ficou entusiasmado. Ela poderia dar-lhe um presente muito bom (ele era um menino pobre que já havia gastado suas economias no presente de professora).
A coleguinha entregou-lhe um pequeno pacote. Ao abrir, o garoto percebeu que era um lápis. Ficou decepcionado, mas nada disse. Agradeceu simplesmente.
Durante a festinha de despedida do ano, a professora notou que o menino estava quieto. Aproximou-se dele:
_ Que houve Douglas?Por que estás tão triste?
_ Professora Denise, eu dei para ti uma agenda linda com amor e carinho e recebi apenas um lápis da Laura...
_ Isto não deve ser motivo para tua tristeza, meu querido!Com um lápis podes fazer lindos desenhos, escrever poemas maravilhosos, fazer tuas lições de casa. Não te esqueça, nada acontece por acaso, este lápis pode ser o início de algo maravilhoso para ti.
_ Eu entendi, professora! Disse o menino abraçando a mestra.
No mesmo dia antes de dormir, estava na cama segurando aquele lápis e lembrou-se do que a professora disse. Levantou-se pegou um caderno, e ficou por uns vinte minutos ali, parado. Nada vinha à sua cabeça. Lembrou-se de Laura. Embora tivesse ficado decepcionado com o lápis, não havia ficado triste com ela. Afinal, ele sempre a cobiçara secretamente. Mas ela era muito diferente dele, economicamente falando, não ia dar bola para um pobretão como ele.
Lembrou-se novamente das palavras da professora... “Um poema...” É isso pensou. Pegou o caderno e o lápis e começou a escrever. Nem ele sabe como aconteceu, de onde vieram aquelas palavras, mas depois de alguns minutos tinha escrito um lindo poema. Antes de dormir deu mais uma lida, descrente que fora ele quem havia escrito.
De manhã ao chegar à escola foi direto procurar a professora. Queria mostrar a ela o poema... Na sua ansiedade nem  percebeu que não era o momento ideal para mostrar sua criação; D. Denise estava com o diretor recebendo uma autoridade importante.
Ela não soube como agir, ali estavam a delegada de Educação e um aluno ansioso...
- "Meu rapazinho", disse a professora que  não podia deixar que sua autoridade fosse desconsidera, "se não der para esperar, peça licença antes de interromper. - É urgente?"

A delegada de Educação, pessoa experiente, percebeu o desconforto da situação e  interveio em favor do aluno.
- Qual é o seu nome?
- "Douglas", respondeu o aluno 
-"Pode falar conosco, estamos aqui para ajudá-lo."

Ele narrou à delegada o ocorrido, desde a expectativa da brincadeira do amigo secreto, o sentimento que nutria pela garota,  o desapontamento ao ganhar apenas um lápis da garota mais rica da escola, a conversa com a professora Denise, a inspiração para escrever um poema, a surpresa e alegria por ter escrito versos tão bonitos.

Já impaciente a delegada de ensino respondeu ao Douglas que  embora o presentinho da garota, à primeira vista, pudesse parecer insignificante, ele colaborou para a descoberta de um talento que o aluno nem imaginava que possuía. Seu dom para escrever o acompanharia por toda a vida, em todas as situações que ele ainda iria viver, nas horas alegres e tristes, nas vitórias e nos fracassos (aproveitou para dizer que devemos aprender com nossas derrotas). Disse-lhe que muitos escritores famosos começaram como ele, que obtiveram o reconhecimento porque persistiram no ofício de escrever. Por fim, lembrou-lhe que escrever traz muita satisfação, preenche de modo criativo o tempo, além de  ajudar a ver com mais clareza nossas idéias.

Sentindo-se importante, valorizado e muito edificado por aquelas palavras, sobre as quais pensaria muito depois, principalmente a última frase da delegada, "quem sabe ler e escrever, jamais estará sozinho. Cultive o seu dom" saiu  Douglas correndo logo que ouve o sinal de fim da aula.
- Ah, obrigado professoras, ia me esquecendo de agradecer.

A caminho de casa pensava Douglas:
"Como competir minha poesia com os brinquedos dos analfabetos colegas de minha rua?!"



Criação: Denise Severgnini / Marcelo Bancalero / Soaroir / Diana Gonçalves